O seu restaurante entrega experiências conectadas de P a Z? – da geração prateada à geração Z.
As mudanças de comportamento, expectativas e valores das gerações marcam e influenciam as transformações no foodservice. Desde os baby boomers, com a valorização da tradição e qualidade, até a geração Z, que busca autenticidade e experiências tecnológicas imersivas, os restaurantes que atuam em compreender as nuances geracionais para criar ofertas que ressoem adequadamente com cada público.
Baby boomers: qualidade e confiabilidade no centro da experiência
Os baby boomers (1946–1964), frequentemente chamados de prateados, representam um público que prioriza produtos de alta qualidade, conforto e bem-estar. Durante anos, construíram uma forte relação de confiança com marcas consolidadas e estabelecimentos que personificam tradição e valores éticos.
Segundo a Euromonitor International, 52% dos consumidores dessa faixa etária esperam investir mais em produtos que promovam saúde e funcionalidade, destacando a demanda por pratos saudáveis e ingredientes funcionais.
A sustentabilidade também tem grande relevância para eles, já que veem práticas ecológicas como um reflexo de responsabilidade social.
Eles esperam encontrar cardápios saudáveis, serviços acolhedores e narrativas transparentes sobre sustentabilidade e, se esses fatores são atendidos, criam laços profundos. Os boomers costumam preferir ambientes menos tecnológicos e mais tradicionais, mas apreciam conveniências básicas como reservas online.
Geração X: a busca por funcionalidade e conveniência
Entre os anos de 1965 e 1980 surge a geração X, marcada por consumidores pragmáticos que equilibram tradição com inovação. Para eles, a funcionalidade e a praticidade são fundamentais, mas sem abrir mão da qualidade.
De acordo com pesquisa da Euromonitor, 72% dos consumidores da geração X priorizam conveniência, como serviços de entrega rápida e pedidos online.
A geração X também é sensível ao impacto das práticas empresariais. Transparência ambiental e social têm grande peso em suas escolhas.
Nesse caso, restaurantes devem praticar estratégias híbridas, combinando qualidade com agilidade, como sistemas modernos de pedidos por aplicativos e serviços de entrega eficientes. Menus enxutos e funcionais, com ênfase em praticidade, são altamente atraentes para esse público.
Millennials: personalização e experiências digitais
A “geração da experiência”, composta pelos millennials (1981–1996), revolucionou o setor de foodservice ao introduzir a necessidade de personalização e serviços digitais conectados. Eles buscam mais do que apenas refeições, querem histórias, autenticidade e um alinhamento de princípios com as marcas que consomem.
A McKinsey & Company revela que 71% dos millennials esperam experiências personalizadas em suas interações com as marcas, enquanto 76% se decepcionam quando essas expectativas não são atendidas.
Eles também exercem forte pressão sobre iniciativas sustentáveis. Empresas que adotam storytelling ambiental e práticas ecoinovadoras garantem sua fidelidade.
O restaurante perfeito para essa geração oferece tecnologia inteligente, pois isso, para eles, é essencial. Aplicativos de pedidos personalizáveis, cardápios flexíveis e experiências digitais, como realidade aumentada para escolhas interativas, fazem toda a diferença. Além disso, ambientes que promovem uma experiência imersiva e “instagramável” tornam-se destinos populares.
Geração Z: autenticidade e imersão tecnológica
Com a geração Z (1997–2012), o foco é na fusão entre tecnologia, inclusão e autenticidade. Esse grupo espera que as marcas sejam transparentes, éticas e, ao mesmo tempo, inovadoras.
A Euromonitor International destaca que a geração Z se interessa por realidades aumentadas e virtuais. Eles interagem de forma ativa com marcas que oferecem essas experiências e tendem a construir lealdades rápidas com negócios que promovem causas ambientais e sociais.
Cerca de 58% dos consumidores da geração Z afirmam que uma presença ativa nas mídias sociais é essencial para considerar um negócio em sua rotina, segundo um levantamento da Statista.
Nessa geração, a expectativa é que os restaurantes façam mais do que entregar produtos: eles buscam marcas que provoquem conexões emocionais, imersivas e sociais. Ferramentas como AR/VR, plataformas digitais inovadoras e cardápios veganos e sustentáveis são fortes atrativos. Envolver-se em um propósito social — e mostrá-lo de forma clara — é um diferencial competitivo.
Apesar das diferenças, algumas tendências são transversais e moldam o setor como um todo:
Sustentabilidade como prioridade comum: Todas as gerações esperam que os negócios sejam mais inovadores e proativos nesse campo.
Tecnologia como solução e experiência: Enquanto os boomers veem a tecnologia como facilitadora, os millennials e a geração Z exigem que ela seja parte integrante da experiência.
Experiência personalizada para maior conexão: Personalização e storytelling são elementos cruciais para engajar todas as gerações.
O foodservice lidera o ecossistema que compõe o lifestyle multigeracional, conectando alimento, emoção e propósito. Compreender os desafios e desejos específicos de cada geração é o que diferencia restaurantes bem-sucedidos no setor.
As redes internacionais, nacionais ou independentes parecem estar à frente. Alguns restaurantes independentes seguem nessa jornada. Mas o fato é que, com o aumento da competição e profissionalização do setor, além dos persistentes desafios de recuperação de tráfego, que há 5 anos, segundo Gouvêa Inteligência, os números seguem abaixo dos números de 2019.
Fonte:
Cristina Souza é cofundadora e CEO da Tanjerin.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
14 de outubro de 2025
no Artigos, Destaque do dia
