Mulheres lideram 31 por cento das propriedades rurais brasileiras
Se o campo era visto como uma área exclusivamente masculina, essa realidade começa a dar sinais de mudança. Cada vez mais, mulheres ocupam cargos de liderança em espaços estratégicos do agronegócio brasileiro, contemplando fazendas produtoras e fábricas de insumos para a agropecuária: atualmente, a força feminina encabeça 30 milhões de hectares no país, o equivalente a 8,5 por cento da área ocupada no Brasil.
Segundo estudos da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), o perfil das mulheres que atuam no agronegócio brasileiro é de alta escolaridade, com cerca de 60% possuindo curso superior e cerca de 88 por cento tendo independência financeira.
As mulheres já lideram 31 por cento das propriedades rurais brasileiras. É um número apenas ligeiramente abaixo da média nacional que diz respeito às mulheres presentes em cargos de gerência no mercado de forma geral: em 2019, o IBGE estipulou que 38% dos cargos gerenciais do Brasil eram encabeçados por mulheres.
A inserção de mulheres em cargos de liderança é algo que tem contribuído muito para a diversidade d e ideias, perspectivas e iniciativas na condução dos negócios. Na indústria da agropecuária, isso não é diferente. “Acredito que onde todos pensam igual, todos saem perdendo, tanto em resultados quanto em convivência. As diferentes visões de mundo, sensibilidades e experiências das mulheres são essenciais para qualquer negócio.
Mulheres no agro
Franciane Larrieu, de Conceição do Castelo, franqueada da primeira rede especializada em soluções completas de crédito rural, Sonhagro.
“Estamos sendo destaque na área agrícola, investindo e inovando de forma bem produtiva neste setor, trazendo muitos resultados. Invistam nos seus sonhos e foque nos resultados, porque nós mulheres temos um potencial muito grande de trazer muitas inovações para facilitar a vida do produtor rural”.
Edy Elaine Biondo Tarrafel , produtora contadora e administradora
A produtora contadora e administradora, Edy Elaine Biondo Tarrafel, em 1998, iniciou sua trajetória no agronegócio, após o falecimento precoce de seu pai.Segundo a produtora, quando seu pai faleceu, ela fazia faculdade de ciências contábeis e morava em Campo Grande. Sua mãe, professora, optou em não assumir os negócios da família, pois se dedicava a sua irmã (Nara) que necessita de cuidados especiais. “Até cheguei a fazer agronomia, mas tive que parar, pois meu pai dizia que para cuidar de fazenda não era preciso fazer esses cursos, pois a profissão de mulher era ser médica, professora, trabalhar em banco”, lembra ela.
Com a partida do pai, a jovem tinha duas alternativas: vender a propriedade ou assumir o negócio. Ela então seguiu o coração e foi na segunda opção. O começo não foi nada fácil, com pouca idade e sem experiência prática no campo, Edy teve que conciliar os últimos anos de faculdade com a gerência da fazenda. “Eu de maneira alguma quis vender, sempre vi o amor que o meu pai tinha pela terra, ele sempre gostou, sempre ensinou do jeito dele, querendo ou não passava um ensinamento”, destaca a produtora.
O primeiro passo foi tomar conhecimento de tudo da fazenda, na época o seu pai trabalhava com o sistema de compra e venda de machos e engorda de bois, por isso a propriedade não era tão estruturada. Como ele viajava muito em função da área que atuava, pouco tempo sobrava para melhorias e ampliações, era uma época para se fazer dinheiro, dizia ele. A par da rotina, o segundo passo foi entender o que precisava ser feito e melhorado, e buscar soluções como cursos de gestão, reforma de pastagens, entre outros.
Sarah Pereira
Sarah Pereira, 30 anos, é uma das colaboradoras que trabalha na área operacional de Rondonópolis. “Tive dificuldades de conseguir um emprego. Fiquei um bom tempo sendo dona de casa, e cuidando dos filhos. É difícil conseguir serviço sem experiência, cursos técnicos”, reflete. Em 2021, Sarah foi contratada e se dedica cada vez mais a aprender e aperfeiçoar seus conhecimentos. “Fui muito bem recebida. Os colaboradores são todos muito educados. Me passam as informações necessárias, e fazem as atividades junto comigo, sempre com muita paciência”, diz.
Janielle Fernandes
Janielle Fernandes, recentemente promovida para operadora de produção II, que trabalha no setor de Armazenagem. “Ser mulher é descobrir que somos capazes de conquistar o mundo e ainda assim sermos mães, donas de casa, esposas. Conquistar esse espaço é resultado de dedicação, comprometimento e amor”, conta a profissional.
Fonte:
Por: AGROLINK -Aline Merladete
Publicado em 07/03/2022 às 13:49h.
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